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domingo, 19 de setembro de 2010

THE STROKES - LAST NIGHT



Last night she said
Oh, Baby, I feel so down
Oh, and turned me off
When I feel left out
So I, I turned around
Oh, baby, I don't care no more
I know this for sure
I'm walking out that door
Well, I've been in town
For just about fifteen whole minutes now
Oh, Baby, I feel so down
And I don't know why
I keep walking for miles
But the people they don't understand
No, girlfriends, they can't understand
Your grandsons, they won't understand
On top of this I ain't ever gonna understand
Last night she said
Oh, Baby, don't feel so down
Oh, and turned me off
When I feel left out
So I, I turned around
Oh, Baby, I'm gonna be alright
It was a great big lie
'Cus I left that night, yeah
Oh, people they don't understand
No, girlfriends, they don't understand
In spaceships, they won't understand
And me, I ain't ever gonna understand
Last night she said
Oh, Baby, I feel so down
She had turned me off
When I feel left out
So I, I turned around
Oh, little girl, I don't care no more
I know this for sure
I'm walking out that door, yeah







RUA VAZIA

Originalmente publicado no blog Poetas de Marte, comandado pelo grande D. Everson, está entre um de meus primeiros "ensaios", a princípio eu não gostava muito dele, hoje ele cresceu muito na minha estima.



E ainda assim
Diante do invisível
Quis me ocultar
O medo do escuro
Já me esperava
E esse silêncio
Teria a certeza
Da noite chegada

22.10.2009

MARIO QUINTANA - POEMINHA DO CONTRA




Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

Fonte:
http://www.casadobruxo.com.br

domingo, 5 de setembro de 2010

MADREDEUS - HAJA O QUE HOUVER



Haja o que houver
Eu estou aqui
Haja o que houver
Espero por ti
Volta no vento oh meu amor
Volta depressa por favor
Há quanto tempo
Já esqueci
Porque fiquei longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento
Por favor
Eu sei
Quem és pra mim
Haja o que houver
Espero por ti
Há quanto tempo
Já esqueci
Porque fiquei longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento
Por favor
Eu sei
Quem és
Pra mim
Haja o que houver
Espero por ti








MÁRIO QUINTANA - MONOTONIA




Um poeta maior com certeza, de uma poesia de fácil acesso que tratando das coisas mais simples e cotidianas, ensinou que a poesia pode estar em todos os lugares e dentro de cada um. Razão do pedido de Manuel Bandeira: "Por isso peço não pares, Quintana, nos teus cantares... Perdão! digo quintanares." Ei-lo num belo exemplo.


É segundo por segundo
Que vai o tempo medindo
Todas as coisas do mundo
Num só tic-tac, em suma,
Há tanta monotonia
Que até a felicidade,
Como goteira num balde,
Cansa, aborrece, enfastia...
E a própria dor - quem diria? -
A própria dor acostuma.
E vão se revezando, assim,
Dia e noite, sol e bruma...
E isto afinal não cansa?
Já não há gosto e desgosto
Quando é prevista a mudança.
Ai que vida!
Ainda bem que tudo acaba...
Ai que vida tão cumprida...
Se não houvesse a morte, Maria,
Eu me matava!


Do livro: Preparativos de Viagem

GAL COSTA - BABY





Você precisa saber da piscina
Da margarina, da Carolina,
da gasolina
Você precisa saber de mim
Baby, baby, eu sei que é assim
Você precisa tomar um sorvete
Na lanchonete, andar com a gente
Me ver de perto
Ouvir aquela canção do Roberto
Baby, baby, há quanto tempo
Você precisa aprender inglês
Precisa aprender o que eu sei
E o que eu não sei mais,
e o que eu não sei mais
Não sei comigo vai tudo azul
Contigo vai tudo em paz
Vivemos na melhor cidade
Da América do Sul,
da América do Sul
Você precisa, você precisa
Não sei leia na minha camisa
Baby, baby, I love you

Composição: Caetano Veloso








domingo, 11 de julho de 2010

CRIPTOGRAFIA

                                           A D. Everson

Talvez o poeta
explique
em linguagem
cifrada
o que os
mortais
não podem
compreender
                                             22.04.'10

domingo, 27 de junho de 2010

DISCURSO DE FORMATURA


Dizem que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, estou tentado a acreditar que tenho sua licença para dar alguns. Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos.
Não paute sua vida nem sua carreira pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo o coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência.
Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha. Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi antes construído na alma.
A propósito disso, lembro-me de uma passagem extraordinária que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse: "Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo". E ela responde: "Eu também não, filho".
Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar e realizar tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.
Meu segundo conselho: pense no seu país. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal, é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo.
O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega a viver como homem. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassu.
Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: "Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito". É exatamente isso que está escrito na carta de Laudicéia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É preferível o erro à omissão; o fracasso, ao tédio; o escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso.
Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso. Colabore com seu biógrafo: faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.
Tenho consciência que cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma evolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, caminhando sempre com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.
Não use Rider: não dê férias a seus pés.
Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: "Eu não disse? Eu sabia!"
Toda família tem um tio batalhador e bem de vida que, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo o que faria, se fizesse alguma coisa.
Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta à noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. .....Das 8 às 12, das 12 às 8, e mais, se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios.
O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior megapotência do planeta, enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho.
Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas; mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão.
E isso se chama "sucesso".

(Nizan Guanaes)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

UMA QUASE ELEGIA PARA MANUEL BANDEIRA

O que sonhas nem sempre
pode mostrar-te
o que és
Nessa hora impressentida
o tempo é teu
principal
inimigo
A escarssez de vida
o atinge em cheio
deixando
apenas
o desconcontetamento
de se saber
vivo

Bruno Crespo

Morre José Saramago



Morreu último dia 18 de junho, o escritor português José Saramago. Ùnico escritor de língua portuguesa a ser laureado com o prêmio Nobel de Literatura, Saramago é autor de diversas obras basilares da literatura portuguesa comtemporânea, entre elas "Ensaio Sobre a Segueira", que recentemente foi adaptado para o cinema pelo cineasta Fernando Meirelles.
Nascido na cidade de Azinhaga, descendia de pais e avós analfabetos. Escreveu seu primeiro livro aos 25 anos, o romance "Terra do Pecado" em 1947. Desde cedo mostrou inclinação para a cultura, mas iniciou sua vida literária com traduções de Hegel, Tolstoi e Baudelaire. Escrevia de Tudo de romances a literatura infantil, o que o levou a ser agraciado com o Prêmio Nobel em Literatura em 1998.
Natural polemista, sua carreira foi acompanhada de diversos debates contra a igreja e contra a mundo, inclusive seu país natal Portugal, que defendia devia se unir a Espanha e formar uma grande nação chamada Ibéria. Com seu livro " O evangelho Segundo Jesus Cristo" conseguiu a inimizade de diversos católicos ao redor do mundo, o que não o privou de bons comentários da Igreja em Portugal quando de seu falecimento.
Sua morte ocorreu em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, para onde foi em auto-exílio.

Bruno Crespo